Paisagismo rural para fazenda histórica século XIX do ciclo
do café.
Situada no Vale do Paraíba, Valença, RJ.
O projeto de paisagismo e sua execução são de autoria da paisagista Laura Mourão. A concepção adotada é bem contemporânea fazendo todo um contraste ao casario antigo. Os antigos pátios de secagem de café deram lugar a um jardim que emoldura a paisagem circundante e a conecta ao casarão. O objetivo era criar contrastes entre as cores, volumes e texturas da vegetação cuja escolha dos espécimes deu prioridade à flora da Mata Atlântica circundante. Para a realização da proposta, os jardins existentes da década de 1980, com resquícios de cópia do estilo formal francês foram eliminados, pois o jardim deve acompanhar o progresso da humanidade e marcar sua época, para que não caiamos em meras falsificações de um estilo tão copiado entre nós e completamente destituído com o surgimento de Roberto Burle Marx, o criador do jardim moderno, que revolucionou a história do paisagismo mundial. Foram preservadas espécies seculares de palmeiras imperiais, características da época do império bem como as árvores nativas da flora brasileiras ali existentes. O trabalho levou em conta o aproveitamento das plantas do jardim anterior, visando à redução dos custos. Novas espécies também foram introduzidas, dando prioridade às nativas. Entre elas, moreias, lírios, mussaendas, agapantos, nolinas, bromélias, liríopes, ixoras, azaléas, iresines, antúrios, filodendros, bromélias, alamandas, alpínias, helicônias e uma variedade de árvores e palmeiras autóctones. Ainda como componentes elementos surpresas foram criados de forma que o paisagismo se veste de tonalidades diferentes no decorrer das estações, atraindo aves de diversas espécies. Conforme o período do ano, a vegetação exibe roupagem amarela e alaranjado dos lírios na primavera bem como o fúcsia das bouganvileas , e variados tons de orquídeas. No verão, predominam os tons de azul e branco dos agapantos e vermelho das mussaendas, no inverno variados tons de azaléas e no outono o amarelo das alamandas etc. Cascatas-açudes e dois lagos também integram a paisagem. A alameda que leva à Casa Grande é ladeada de palmeiras imperiais cujo plantio é atribuído, segundo as pesquisas da autora, ao paisagista francês muito famoso no Brasil- Império Auguste François de Marie Glaziou .