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MiCasa Vol.B, Studio MK27 Studio MK27 Espaços comerciais Espaços comerciais
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A construção civil urbana popular brasileira, com a consolidação de bairros precários, executados com materiais descartáveis, se especializou na edificação dos chamados  “puxadinhos”; pequenas ampliações que tomam todos os espaços vazios dos lotes  urbanos. A cidade formal incorporou essa cultura e sugeriu – nas sempre recentes cidades  latino-americanas – um programa para a arquitetura: construir no construído.  A Loja Micasa Volume B é um anexo, um “puxadinho” de uma loja já existente. A planta  interna do anexo é um grande vão, pensado como um espaço amplo e dinâmico para  abrigar, sobretudo, o showroom da VITRA, que a Micasa é revendedora. Esse novo espaço  conecta-se através de um pequeno túnel com a loja existente.  O edifício foi construído usando materiais e execuções rústicas. A obra do Volume B  lembra os processos artesanais da construção civil popular, mas também, sobretudo, as  construções modernas brasileiras brutalistas, que, atento ao saber fazer local, reinventou  sob o Equador, o próprio Brutalismo.  As fachadas da Micasa VolB foram construídas em concreto armado aparente e o processo  construtivo utilizou procedimentos pouco usais: a forma, geralmente feita com um  trabalho preciso de madeiras novas; foi aqui construída com madeiras dispostas  aleatoriamente, caoticamente. Alguns pedaços da forma não foram retirados nem mesmo  depois da inauguração da obra.  As demais soluções construtivas seguiram a mesma lógica e muitas delas foram definidas  no próprio canteiro de obras, deixando espaço criativo para os operários, o projeto foi  complementado e recriado em sua construção. Os brises dos escritórios são telas  metálicas utilizadas como armação para o concreto aramado. Essas delicadas rendas de  aço, colocadas na vertical, funcionam como filtros para a luz nos grandes vidros. O  pedrisco externo é feito de britas usadas para a produção do concreto.  A memória da construção permaneceu, numa arqueologia exposta do edifício: os “X’s” de  fita nos vidros novos e, nas paredes internas, anotações de obra. Essas paredes não têm  revestimento, não têm pintura: uma textura crua do material manteve-se como  acabamento. O edifício finalizado, a partir do uso desses materiais, transparece  delicadamente etapas construtivas. O edifício é um raio-X do projeto e do canteiro e as  marcas da recente história da construção que vão se somando a muitas outras ao longo  do tempo.

Arquitetura: studio mk27 – marcio kogan + bruno gomes. Fotografia: nelson kon

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